Vizualizar Versão Completa : WiMax x LTE: especialistas apontam complementação em vez de competição


Matt2
10-03-2009, 06:21 PM
Com pelo menos 2 anos de vantagem, WiMax começa a se popularizar por cobertura fixa, enquanto LTE toma caminho da mobilidade


O Long Term Evolution (LTE) deverá ser oficializado como padrão de rede para banda larga móvel neste mês, quando o 3rd Generation Partner Program (3GPP) publica as especificações finalizadas em dezembro, e dá um empurrão na adoção do potencial primeiro sistema 4G do planeta.
De acordo com especialistas em telecomunicações, o LTE representa a primeira "banda larga móvel de verdade", um conceito que o mercado se cansou de relacionar ao WiMax mas que, pela falta de investimentos no padrão pelo mundo, ainda não chegou a se concretizar.

A tradicional exigência de pesados investimentos em infra-estrutura de telecomunicações dará ao suposto rival do LTE, o WiMax, muitos meses de vantagem até que as primeiras redes comerciais do novo padrão cheguem aos consumidores.

“A única diferença é o público alvo: para o LTE, são operadoras. Para o WiMax, são as operadoras competitivas (empresas de outros setores que começaram a oferecer serviços de telecomunicações), fixas e, às vezes, móveis”, detalha José Geraldo Alves de Almeida, gerente de desenvolvimento e negócios da Motorola.

As afirmações de Almeida são confirmadas em um estudo publicado pela InStat que diz que, por mais que suas características técnicas sejam semelhantes, WiMax e LTE caminham para um cenário de convivência mútua atendendo dois nichos diferentes.

Enquanto o WiMax vem se tornando uma alternativa para que provedoras de banda larga aumentem sua área de cobertura fixa, o LTE é a saída para que operadoras móveis cubram “buracos” dentro de suas redes até que todas tenham migrado para a tecnologia.

“No fundo, o WiMax está virando uma solução de nicho, enquanto o 3G é algo mais de massa, com um volume (de usuários e dados trocados) muito maior”, analisa Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.

Ambos citam como exemplo os planos de WiMax que a Embratel oferece atualmente para clientes corporativos no Brasil, após arrematar licenças de 3,5 GHz leiloadas pela Anatel em 2003.

E porque uma tecnologia tão amplamente atrelada ao conceito de banda larga móvel se torna, anos depois, um veículo que atenderá nichos? Um conjunto de falta de investimentos e de padronização, aposta Tude.

“Hoje, a maior dificuldade [do WiMax] é o 3G, que está crescendo enquanto sua padronização demorou e (a situação) complicou ainda mais com a crise financeira global”, detalha o consultor.

“Se não existisse o LTE, talvez o WiMax tentasse ocupar esse espaço. Mas as operadoras já definiram todas que vão investir em LTE. Está demorando muito mesmo a aposta em WiMax”, continua.

:)