A entidade brasileira
Brasscom, que reúne prestadoras de serviços de
Tecnologia da Informação (TI), vai levar aos participantes da próxima reunião do
G20 uma defesa do livre comércio, assim como sua preocupação de que a crise econômica restrinja os fluxos de comércio internacional.
O presidente da Brasscom,
Antonio Carlos Gil, em entrevista à
Reuters, afirmou que o segmento está preocupado com alguns sinais de que os países coloquem barreiras no livre comércio de serviços de tecnologia, onde acredita que o Brasil tenha potencial para crescer, a exemplo de Índia e China.
Em 2008, por exemplo, o Brasil alcançou
R$ 1,4 bilhão com exportação de serviços de tecnologia, cifra 75% maior que os R$ 800 milhões alcançados no ano anterior, citou Gil. Para este ano, a
consultoria A.T.Kearney projeta 20% de crescimento nos negócios globais de exportação de serviços de TI, enquanto a Brasscom estima que o Brasil chegue a
R$ 2 bilhões de faturamento (43% de crescimento).
A associação nacional participa há dois anos das atividades da Global Services Coalition, entidade mundial de serviços, e se une a ela para levar aos participantes da reunião de 2 de abril um documento em defesa do livre comércio.
A entidade brasileira já fez tal movimento no ano passado e conseguiu que seu pleito fosse incluído no documento final do encontro. "Agora (o pedido) tem uma conotação especial pela crise", afirmou Gil. Segundo ele, já é possível perceber alguns sinais de um discurso nacionalista, contrário ao movimento de
outsourcing para além das fronteiras (conhecido como offshore).
"Os Estados Unidos já começam a dizer 'buy American', já começam a surgir cotas para visto de entrada de trabalhadores temporários em alguns países, estamos vendo essas manifestações acontecerem", afirmou. Na sua avaliação, "claramente existe nesse momento algo que agrava as relações de comércio".
A Brasscom e a
Global Services Coalition querem ajudar a prevenir, segundo ele, um retrocesso que poderia prejudicar todo o comércio global.
Além da Brasscom, assinam o documento entidades semelhantes da
Índia, Japão, Hong Kong, Canadá, Taiwan, Nova Zelândia e Austrália.
De acordo com Gil, a Brasscom também vai encaminhar o documento ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos ministros da Fazenda, Desenvolvimento, Relações Exteriores e Ciência e Tecnologia do país.
Créditos
www.terra.com.br/tecnologia