Larry Ellison, presidente-executivo da
Oracle, é famoso por realizar previsões absurdas sobre o futuro do setor da computação, que lhe valem zombarias de rivais e especialistas. Mas é bom não subestimar a recente incursão de sua produtora de software no segmento de hardware. A Oracle surpreendeu muita gente no mês passado ao anunciar a aquisição da
Sun Microsystems por
US$ 7,4 bilhões de dólares.
Mas Ellison agora foi além e disse à
Reuters que "certamente não sairia" dos diversos negócios de hardware da Sun. O líder da Oracle não fez afirmações diretas ainda, mas a conclusão inegável a extrair de suas declarações é a de que está pronto a iniciar uma nova onda de fusões a fim de consolidar o mercado empresarial de computadores, assim que a transação com a Sun seja concretizada.
Manter os negócios de computadores, chips e armazenagem da Sun significa que a Oracle está pronta a ganhar força por meio de fusões a fim de reforçar a posição competitiva da Sun e rebater as ações dos rivais. A Sun não teria procurado por uma venda caso suas operações fossem capazes de sobreviver sem ajuda.
Por que a Oracle pagaria US$ 7,4 bilhões por uma empresa conhecida em larga medida por seu hardware se não tivesse razões específicas para entrar no mercado de
hardware? A Oracle pode encontrar mais facilidade para explorar o
software Java, da Sun, que é usado em mais de um bilhão de computadores e celulares em todo o mundo mas só rendeu US$ 200 milhões em receita à empresa em 2008.
A Oracle deseja melhorar o desempenho de seu software ao criar linhas próprias de hardware para operá-lo. A empresa começou a operar no segmento de hardware no ano passado ao lançar a
Exadata, uma máquina criada para executar as mais exigentes tarefas de bancos de dados.
Construída com chips da
Intel e em parceria com a
Hewlett-Packard (HP), ela permite que o software para banco de dados da Oracle funcione mais rápido do que em computadores comuns. As velhas distinções técnicas que separavam software e hardware, chips ou equipamentos de rede estão perdendo a rigidez, se não desaparecendo.
A entrada da produtora de equipamento para redes
Cisco Systems no mercado de computadores empresariais, meses atrás, é um sinal das oportunidades que empresas de fora desse segmento, como a Oracle, vêem no hardware.
Créditos
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