Não é só através das tradicionais tecnologias
ADSL e cabo que paulistanos selecionados navegam pela internet.
Por meio de testes fechados, alguns usuários podem pagar contas, baixar músicas e escrever seus blogs por meio de duas tecnologias ainda fora do mercado brasileiro de acesso: o
WiMax e a
banda larga pela rede elétrica, conhecida tecnicamente como
Power Line Communications (PLC).
O primeiro
, realizado pela Telefônica nos bairros de Pinheiros e dos Jardins da capital paulista, testa as redes de troca de dados que prometem, quando lançadas oficialmente, cobrir cidades inteiras com banda larga.
O segundo, promovido pela AES Eletropaulo Telecom, testa a viabilidade técnica de emitir o sinal de banda larga pela rede elétrica de 150 lares espalhados por São Paulo, explorando a resolução emitida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que aprova o sistema.
O
IDG Now! conversou com dois dos paulistanos escolhidos pelas empresas para testar a conexão tanto por WiMax como pela rede elétrica para explicar o que outros usuários podem esperar das novas tecnologias quando houver planos disponíveis no mercado.
WiMax
Durante quatro meses, o analista de sistemas
Rubens Gonçalvez teve dois planos de banda larga à sua disposição, seja em casa ou no trabalho.
Entre dezembro de 2008 e a segunda quinzena de abril, Gonçalvez fez parte dos testes realizados pela Telefônica de um serviço de banda larga por WiMax. Simultaneamente, manteve sua assinatura de uma conexão de 2 Megabits por segundo (Mbps) do
Virtua, da Net.
Ambos guardam uma semelhança fundamental entre si. “O WiMax foi muito bem (durantes os testes). Funcionou sempre na mesma proporção do plano de 2 Mbps do Virtua. Em alguns momentos, era mais rápido, como quando eu baixava (documentos) direto de grandes empresas”, relata.
No bairro de Pinheiros, onde mora, Gonçalves afirma ter navegado em uma velocidade superior aos 2 Mbps anunciados pela Telefônica como máximo atingido por cada usuário envolvido no teste.
Além de Pinheiros, foram instaladas antenas no bairro do Butantã e na região da Rua Bela Cintra, em Cerqueira César. A operadora prevê testes também, junto à
Motorola e à
Intel, nas cidades do
Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.
Como seu trabalho é próximo de sua casa, o analista costumava levar o modem, emprestado gratuitamente pela operadora, para sua empresa própria de recondicionamento de cartuchos de impressoras.
Atividades envolvendo lazer, como troca de mensagens por comunicadores instantâneos ou download de filmes, ou trabalho, como uso de serviços bancários e contatos com clientes, transcorreram normalmente durante o período de testes, diz ele.
“Não achei nada ruim (nos testes). O sistema era bastante simples: era só plugar (o modem) no PC e não houve necessidade de suporte aqui em nenhum momento”, relata, citando ainda a praticidade de não depender de cabos dentro de casa ou no escritório.
Um suposto cancelamento do seu atual plano da Net, porém, envolveria um preço dos planos de WiMax baixo o suficiente para justificar o cancelamento de um vínculo já firmado e adoção de uma nova tecnologia.
“A relação ‘custo-benefício’ tem de ser boa. Se (o plano de acesso) for muito mais caro do (que o plano) que já tenho sem grandes diferenças, não existe razão para mudar”, conclui Gonçalvez.
Banda larga pela rede elétrica
Para não ter de carregar pela casa o pequeno modem que se encaixa à tomada e de onde o cabo Ethernet sai para o computador,
Clinton Raphael Nehlmanm instalou um roteador próximo a uma das tomadas do seu apartamento no bairro de Moema.
Resolveu o problema: agora, os dois laptops que o engenheiro tem em casa para uso próprio ou da esposa são os dois únicos aparelhos que podem zanzar de um lado para o outro com acesso à internet.
O edifício de Clinton é um dos 300 preparados pela AES Eletropaulo Telecom para o teste fechado da conexão pela rede elétrica, conhecida tecnicamente como Power Line Communications (
PLC) ou Broadband over Power Lines (BPL).
Quem mora nos imóveis escolhidos ganha um modem que deve ser conectado à tomada e podem navegar gratuitamente pelo novo sistema por uma conexão compartilhada de 10 Mbps. São 150 pessoas, como Clinton, atualmente no programa.
Com a conexão há cerca de um ano, Clinton conta que a localização da tomada pela casa tem influência sobre a velocidade de navegação. Por mais que a velocidade já tenha sido aferida em cerca de 1 Mbps, alguns pontos da casa chegam a 3 Mbps.
Na reunião de condomínio promovida pela AES para apresentar o sistema, o engenheiro conta que se mostrou surpreso quando ganhou o modem e ouviu as instruções de simplesmente plugá-lo na tomada. “Achei fantástico por evitar a instalação de qualquer fiação”.
A simplicidade do sistema é apontada como principal vantagem por Clinton. “Para a maioria das pessoas, é muito inconveniente agendar e esperar o suporte das empresas. Só o fato de ligar na tomada foi uma grande vantagem”, diz, citando pequenos ajustes de configuração feitos por telefone.
Tal qual o WiMax, o preços ainda desconhecidos dos planos de banda larga pela rede elétrica impedem uma afirmação mais assertiva sobre a adoção do sistema. “Se chegar com preço competitivo, vou continuar com ela. É super prático. Agora, se o preço estiver maior, vou considerar trocar. Se continuar assim pra mim, está ótimo”.
Créditos
www.idgnow.com.br