Há cerca de dez anos, não era possível imaginar que as redes de computadores seriam tão conectadas quanto são hoje em dia, e o
Dia Mundial da Internet, celebrado neste domingo, foi criado justamente para estudar essa "nova" tecnologia e refletir sobre o futuro deste meio de comunicação.
Na maior parte do mundo, mas principalmente nos países desenvolvidos, a internet se transformou em uma ferramenta indispensável no trabalho e na vida diária, e é quase impossível imaginar realizar algumas tarefas sem esse mecanismo. Isso se torna mais evidente quando se pensa em fazer buscas sem o
Google, por exemplo, ou ficar sem a possibilidade de ler e-mails ou acessar o
Orkut ou o
Twitter, ou mesmo tirar dúvidas na Wikipedia.
O Dia Mundial da Internet serve para refletir sobre os principais desafios da rede, que, para os especialistas, passam por ampliar o acesso mundial, reforçar a segurança, combater a pirataria e facilitar a próxima mudança de protocolo. A próxima geração da internet estará marcada pela mudança para a versão 6 do
protocolo IP - atualmente, a versão usada é a 4 -, um passo que permitirá aumentar a segurança e ampliar as possibilidades da rede.
"Com o novo protocolo, os usuários se beneficiarão de uma maior segurança online e de novos aplicativos na internet", disse em entrevista por rádio
Charles Lee, responsável de tecnologia da operadora
Verizon Federal, que presta serviços ao
Governo dos Estados Unidos. Para o especialista, o maior potencial está na telefonia pela internet (VoIP) e nos aplicativos da rede para modernizar o sistema de saúde.
Outra possibilidade que pode ser mais explorada nos próximos anos será reduzir a pirataria e encontrar modelos de negócio que permitam proteger a propriedade intelectual em um ambiente onde é cada vez mais fácil ter acesso a todo tipo de conteúdos online. Países como os EUA estão conseguindo convencer o internauta sobre as vantagens do consumo legal de filmes e música graças a sites como Hulu.com ou a loja online da Apple, mas em alguns países a pirataria continua sendo um grave problema.
No caso do
software, o aumento do acesso à internet nos mercados emergentes e a popularização do programa baseado na rede contribuem para o aumento da pirataria. De acordo com a organização americana BSA, as perdas para o setor superaram os
US$ 50 bilhões no ano passado, um aumento de 11% frente a 2007.
A próxima onda de pirataria online, afirmam os especialistas, poderia afetar uma nova indústria, a editorial, pois os novos leitores eletrônicos estão contribuindo para que cada vez haja mais cópias ilegais de livros circulando livremente na rede.
A internet enfrenta também um domínio cada vez mais excessivo por parte de algumas empresas. Em teoria, a rede nasceu como um meio que estimularia a pluralidade e no qual um internauta com um blog e um grande conglomerado midiático teriam, a princípio, as mesmas oportunidades.
Gigantes da internet, como
Google, YouTube, Amazon, Facebook, Microsoft ou Yahoo!, concentram hoje boa parte do tráfego na rede e uma grande fatia da publicidade online. Os usuários se tornaram tão dependentes destes portais que qualquer problema técnico em um deles pode chegar a gerar um caos mundial, como aconteceu na quinta-feira.
Nesse dia, a página do Google ficou indisponível por cerca de uma hora e meia, deixando sem serviço cerca de 14% dos usuários, principalmente nos EUA, muitos dos quais também não podiam usar ferramentas como Gmail ou Google Analytics. As queixas e comentários sobre o incidente se espalharam em questão de minutos em blogs, jornais online e serviços como Twitter, onde centenas de pessoas fizeram postaram mensagens sobre o incidente.
"Se o Google não funciona, eu não posso trabalhar", afirmou na sexta-feira
Dave Methvin, analista e blogueiro da revista americana "InformationWeek". "É preciso ter medo da dependência do Google ou tratá-lo como necessidade por água e comida?", questionou.
Créditos
www.terra.com.br/tecnologia