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Antigo 02-03-2009, 06:45 PM
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Padrão Celular muda maneira de pensar a informação

O telefone celular é o computador mais onipresente do mundo. Os quatro bilhões de celulares em uso ao redor do mundo carregam informações pessoais, fornecem acesso à web e são utilizados cada vez mais para a navegação no mundo real.

E enquanto os celulares mudam a forma como vivemos, cientistas da computação afirmam que eles também estão mudando a maneira como pensamos sobre a informação.

O computador desktop, com seus arquivos e pastas, foi introduzido há 25 anos como uma forma de pensar sobre o que existia dentro de um computador pessoal. A internet trouxe novas formas de imaginar o fluxo de dados. Com a dominância do celular, está surgindo uma nova metáfora para a maneira como organizamos, encontramos e usamos a informação. Nova sob um aspecto, mas também tão antiga quanto a própria humanidade. A metáfora é o mapa.

"O mapa fundamenta a habilidade de percepção do homem," disse Richard Saul Wurman, um designer gráfico que foi pioneiro no uso de mapas como forma de buscar informações de todos os tipos antes do surgimento do mundo online.

À medida que essa metáfora se alastra, ela muda a forma como nos comportamos, pensamos e encontramos nosso caminho em novas vizinhanças. Enquanto pesquisadores e empresas aprendem a usar toda a informação sobre a localização de um usuário que os celulares podem fornecer, novas questões sobre privacidade surgem. Você pode usar seu telefone para encontrar amigos e restaurantes, mas alguém pode usá-lo para encontrar e descobrir coisas sobre você.

Mapas digitais em telefones que cabem na palma da mão agora podem mostrar onde fica o posto de gasolina ou o caixa eletrônico mais próximo, resenhas sobre restaurantes locais postados online por clientes, ou a localização de amigos. Como o mais recente exemplo do poder e da versatilidade do mapa, o Google lançou este mês um sistema de localização de amigos chamado Latitude em 27 países.

Aparentemente, o novo serviço do Google - disponível em dezenas de sistemas móveis - é simplesmente uma forma para amigos manterem contato e se encontrarem, para famílias se comunicarem ou para pais se tranqüilizarem ao saber onde seus filhos estão.

Mas o sistema irá gerar uma mina de ouro em novas informações sobre a movimentação de milhões de pessoas todos os dias, e não há dúvida de que o Google e outros planejam explorar tal mina.

"Todo mundo está de olho no Google, e isso abrirá a porta para uma enxurrada de aplicativos e serviços de localização," disse Greg Skibiski, chefe-executivo da Sense Networks, uma firma de Nova York que explora os milhões de rastros digitais deixados por usuários de celulares para propósitos de marketing.

Foi a chegada da chamada interface WIMP - para janelas, ícones, menus, cursores - nos anos 1980 tanto no Macintosh da Apple quanto em computadores com o Windows da Microsoft, que tornou os computadores de fato pessoais, levando-os além do mundo de negócios e de passatempo.

Agora muitos dos desenvolvedores de software que criaram essas interfaces dizem que enxergam uma mudança de magnitude similar nos telefones e mapas.

"Estamos só começando e ainda não sabemos o que o Macintosh dos mapas será," disse Paul Mercer, ex-desenvolvedor de software da Apple Computer que recentemente trabalhou no desenvolvimento do smartphone Palm Pre. "Mas devido à sua relação com o mundo real, os mapas serão uma metáfora para a grande sensação da computação móvel."

De fato, uma nova geração de smartphones como o G1, com o software Android desenvolvido pelo Google, e uma série de telefones japoneses agora "amplificam" a realidade, pintando um mapa sobre a imagem de nossos arredores produzida pela câmera do telefone.

Com esse tipo de mapa é possível ter uma visão tri-dimensional dos arredores do usuário, incluindo distâncias detalhadas de objetos que podem estar escondidos atrás de edifícios. Para começar, celulares com mapas simplesmente traduzem mapas de papel para o meio digital, mas sistemas futuros provavelmente vão apagar as barreiras entre a imagem e o mundo real.

"Sempre disse que a próxima interface seria o Quake," disse Steve Capps, um dos desenvolvedores da primeira interface do Macintosh, se referindo ao famoso jogo de vídeo game. "Daqui quanto tempo vamos poder sair do metrô e erguer a tela do celular para ter uma visão melhor do que estamos enxergando no mundo físico?"

Cada vez mais, os telefones vão permitir que seus usuários vejam imagens do que está ao seu redor. Você pode estar cercado de arranha-céus, mas ter um mapa de referência imediato mostrando seu destino e características da paisagem, bem como seu progresso em tempo real.

Parte do impulso por trás do surgimento de serviços de mapas é o vasto potencial de marketing de se analisar os padrões de viagem dos consumidores. Por exemplo, é agora possível que profissionais de marketing identifiquem usuários que desejam comprar um carro, porque eles vão a várias concessionárias.

"Quando vou do ponto A ao ponto B a pé, há algo de grande valor nisso," disse Tony Jebara, cientista da computação da Universidade Columbia que é co-fundador da Sense Networks.

Um mundo móvel de mapas de localização completos exigiria uma nova reflexão sobre as noções básicas de privacidade nos Estados Unidos. Para uma geração de americanos mais velhos, expor sua localização precisa o dia inteiro a um exército de pequenos irmãos para propósitos de marketing e publicidade é uma invasão de privacidade.

Hoje, a vasta maioria de usuários de celulares nos Estados Unidos ainda utiliza aparelhos que têm primordialmente apenas uma função: conversar. Cerca de 10% dos usuários de celulares tiram proveito dos atributos de mapa, segundo a firma de pesquisa de mercado M:Metrics. Mas esse número está crescendo, disse a companhia. E uma pesquisa de outra firma de pesquisa de mercado, a LJS, mostrou que 24% dos entrevistados desejavam capacidades de GPS em seu próximo celular, mas apenas 19% desejavam conexão à internet.

Por outro lado, há uma geração de usuários de smartphones na faixa dos 20 anos que cresceu compartilhando os detalhes mais íntimos de suas vidas no MySpace e Facebook. Eles podem ter um ponto de vista diferente.

Recentemente, por exemplo, Sam Ashton, 23, formado em ciências da computação pela Universidade Stanford e fundador do Loopt, um serviço de busca de amigos pioneiro, jantava em Palo Alto, Califórnia, quando notou na tela de seu telefone que seu colega de quarto da faculdade estava jantando num restaurante nas redondezas. Os dois se encontraram depois do jantar em um bar, onde se juntaram a outro ex-aluno de Stanford que percebeu em sua tela de celular que os dois estavam socializando.

Ashton disse que sua disposição em mostrar sua localização é também valiosa em seus negócios. No Consumer Electronics Show em Las Vegas no mês passado, ele habilitou um recurso que mostra sua localização e nome.

Ele encontrou mais de uma dúzia de contatos profissionais enquanto andava pelo evento e disse que conseguiu dar início a quatro negociações com seus contatos aleatórios.

A interface de mapa parece até ter uma base biológica, algo sugerido por novos estudos do cérebro que mostram como o mundo é representado em mapas cerebrais.

"Os humanos evoluíram com habilidades de navegação incríveis em nossos cérebros, sob uma perspectiva evolucionária," disse Eric Schmidt, chefe-executivo do Google. Ele argumenta que a correlação entre o mapa do telefone e o mapa interno do cérebro é a forma natural de se navegar por todos os tipos de informação.

Por exemplo, neurocientistas descobriram que as pessoas com ocupações que exigem a memorização de mapas mentais complexos do mundo, como os taxistas de Londres, têm um hipocampo ampliado. O que acontece quando nossos computadores de mão se tornam extensões da maneira como pensamos?

"Já me perguntei se poderíamos vir a perder, enquanto uma cultura, a habilidade de mapear nosso ambiente, ficando dependentes da web para nos dizer como navegar," disse Hugo Spiers, neurobiólogo da Universidade College London. "Assim, haveria uma redução do crescimento das células do hipocampo, que acreditamos armazenar nossos mapas internos."

Entre os fabricantes de celular, a metáfora do mapa foi adotada de maneira mais agressiva pela Nokia, a maior fabricante de telefones móveis do mundo. A companhia adquiriu mapas digitais de 69 países e está agora correndo para entregar aos desenvolvedores as ferramentas que possibilitarão a criação de um software de mapas e navegação para os celulares Nokia. Sob muitos aspectos, isso é similar ao kit de ferramentas que os primeiros desenvolvedores de computadores deram aos programadores para desenvolver os aplicativos Windows.

"Essa é uma nova metáfora sobre a qual outros poderão construir," disse Michael Halbherr, vice-presidente da Nokia para serviços de localização social.

creditos:Terra
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cowboy furioso (05-03-2009), Nosyel (05-04-2009)