Motorola vai apostar tudo em celulares Android
NOVA YORK (Reuters) - A Motorola precisa despertar sério apetite eletrônico entre os consumidores ao lançar seus novos celulares na semana que vem, para convencer os compradores e Wall Street de que ainda tem lugar no setor mundial de telefonia móvel. Mas suas chances parecem precárias.
Depois de anos de perdas de mercado, a Motorola decidiu apostar tudo no software Android para celulares, do Google, na esperança de que uma parceria com o gigante da Web possa ajudá-la a reconquistar os consumidores.
As ações da Motorola que um dia liderou o mercado mundial de celulares e hoje caiu ao quarto posto registraram alta de 11 por cento no começo da semana, devido à esperança de que os novos modelos de celulares despertem entusiasmo suficiente para recuperar a fama de seu logotipo em forma de asa de morcego.
Embora ninguém antecipe o lançamento de um modelo capaz de derrotar o iPhone, da Apple, no evento marcado para 11 de setembro em San Francisco, analistas afirmam que o risco continua a ser o de que os novos modelos não sejam únicos o bastante para seduzir os consumidores, especialmente porque outros fornecedores também vendem celulares equipados com o Android.
"Os primeiros modelos não apresentarão diferenciação significativa e podem decepcionar as pessoas que aguardam os lançamentos", disse Phil Cusick, da Macquarie Research.
A empresa ofereceu poucos detalhes sobre o evento, que acontecerá durante a apresentação de seu co-presidente-executivo, Sanjay Jha, na conferência de telefonia móvel GigaOm. Jha havia anunciado o plano de desenvolvimento de celulares Android em outubro passado.
Ele também disse que os novos modelos seriam integrados a redes sociais populares, mas rivais como Apple, Research in Motion (RIM), HTC e Palm já oferecem esse tipo de recurso para serviços como o Facebook.
Os acionistas parecem ter se impressionado com o desempenho de Jha, com as ações da Motorola acumulando alta de 100 por cento de maio para cá. Mas ainda assim elas estão 70 por cento abaixo do pico de 26 dólares atingido em 2006.