A Anatel possui uma Taxa de Absorção Específica (ou Specific Absorption Rate -SAR- em inglês) que estabelece o limite de radiação de aparelhos celulares. Ele é dado pelo máximo de aquecimento que o corpo tolera ao entrar em contato com as ondas eletromagnéticas do aparelho.
"O valor máximo da SAR para exposição da população em geral na cabeça e tronco é de 2 W/kg, conforme regulamento da ANATEL", indica Luiz Carlos Neves , gerente de Inovação e Marketing de Produto da Diretoria de Laboratórios e Infra-estrutura do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).
"As restrições básicas estabelecidas neste regulamento foram extraídas das diretrizes do ICNIRP (International Commission for Non-Ionizing Radiation Protection ) e são aceitas pela Organização Mundial da Saúde", complementa. O CPqD é uma das duas entidades brasileiras que dispõem da tecnologia necessária para medir a SAR dos aparelhos. A outra é o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
"Trabalhamos em três turnos diários para atender à demanda dos testes", revela Marco Antônio Strobino, o engenheiro responsável pela área no INPE. Isso ocorre porque a Anatel exige que todos os modelos sejam verificados antes de entrar no mercado.
"Nós temos uma câmara blindada para isolar o ambiente e um aparelho que simula uma radio-base", fala Strobino sobre o teste do SAR. Dentro desta câmara é colocado um manequim cheio de um líquido que simula a condutividade do tecido humano junto com o celular a ser testado, que é colocado em diversas posições. "Há um sensor que mede a quantidade de radiação recebida pelo tecido. O limite é de 2 W/kg para a cabeça. Para o tronco e os membros esse valor é maior".
"Isso é feito com o aparelho em uma situação limite de emissão de ondas", explica Aderbal Bonturi Pereira do MMF. "Os aparelhos são inteligentes e usam pouca energia quando estão perto de uma estação, o que é feito com o objetivo de economizar", explana Pereira. "Na prática, no dia-a-dia, ele funciona ao redor ou abaixo da potência máxima".
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